Enredo
Dessa vez o protagonista, a pedido de seu irmão, Sam, que ressurgiu após muitos anos, vai em busca do tesouro do pirata Henry Avary, para salvar sua vida que esta nas mãos de Hector Alcazar, homem que libertou seu irmão da cadeia se este o pagasse com parte do tesouro do capitão pirata. A partir disso viajamos ao redor do mundo indo da Escócia até Madagascar e no meio disso ainda temos flahsbacks que contam um pouco quem era a mãe dos irmãos Drake. Com certeza esse é o titulo com maior variedade de cenários, e isso ajuda a nos dar a dimensão de onde estamos nos metendo dessa vez, essa é a maior aventura de Nathan sem sombra de duvidas. Outro ponto a se destacar é que, mais do que nunca, aqui temos a sensação de urgência o tempo todo, o que reflete na nossa forma de jogar, fazendo você correr para ajudar Sam o mais rápido possível. Além de Samuel Drake temos a adição de dois novos personagens, que atuam como vilões do game, sendo eles Nadine Ross e Rafe Adler
A história de Uncharted 4: A Thief's End é, para mim, a melhor de toda a série pois consegue desenvolver os personagens de forma nunca antes feita dentro da franquia, contando mais sobre o passado de Drake, apresentando Sam, irmão mais velho de Nathan que ele pensava estar morto, fato este que pode causar desconfiança e incomodar pois o personagem nunca tinha sido citado anteriormente, mas a química entre os dois é tão real e tão gostosa de acompanhar que compensa essa pulga atrás da orelha, além disso novas informações sobre a mãe do protagonista aparecem, com isso as aventuras do herói parecem fazer muito mais sentido, junto com o desenvolvimento dos personagens a química entre eles ficou muito melhor, as falas estão mais bem escritas e parecem muito mais reais, as conversas são palpáveis e soam muito mais naturais, mesmo que alguns reclamem de certas frases de Nathan, ele sempre foi assim, essas frases sempre estiveram com ele, agora são mais naturais. Essa é a história mais pé no chão dentre todas e pra mim este é um grande ponto positivo, é o game com o enredo mais fácil de se acreditar, não que os outros não fossem, mas não seria um absurdo se um dia algo assim acontece-se na vida real.
Áudio
As musicas do jogo vieram se refinando cada vez mais titulo a titulo, a trilha esta mais bonita e mais tocante do que nunca, a tensão dos tiroteios são aumentadas com as musicas mais enérgicas e agitadas mas podem mudar rapidamente quando chegamos em momentos mais tranquilos em que só queremos contemplar a paisagem, nestes momento as musicas ficam extremamente suaves ou simplesmente somem, deixando que nós fiquemos apenas observando as lindas paisagens. Mas ainda assim a trilha sonora foi apenas uma evolução, já esperávamos este nível de qualidade pensando que todos os jogos anteriores foram para PS3 e este seria para PS4, a evolução já era esperada, o que de fato surpreende são os efeitos sonoros, os tiros, explosões, coisas caindo ou desmoronando, os sons parecem reais e só aumenta a tenção dos momentos importantes da trama. Outro ponto alto no áudio do game é a dublagem, as vozes em português dos personagens são muito boas, elas convencem, tanto por condizer o que estamos ouvindo com a fisionomia dos personagens quanto pelas falas em si, a adaptação do game para o português brasileiro foi muito bem feita, os destaques aqui vão para Sully e para Sam.
Gráficos
Sendo o único game da saga feito originalmente para o PlayStation 4, A Thief's End é o jogo mais belo dentro da franquia, seja pela qualidade nos detalhe dos personagens que apresentam marcas de expressão e pelos de altíssima qualidade, sendo até hoje uma das melhores reproduções de humanos da geração ou pelas paisagens das mais variadas, sejam cidades, castelos navios, catacumbas, ilhas, praias castelos, com clima tropical ou na gelada Escócia, a reprodução de ambiente impressiona e a iluminação é um ponto que ajuda em muito para toda essa qualidade. Um charme especial nos gráficos esta nas roupas e como elas reagem ao ambiente, as vezes nos sujamos de lama e a roupa se suja de forma muito realista, se cairmos na água depois de nos sujarmos, ficaremos ensopados mas ainda com resquícios daquela lama, é tudo bem natural e orgânico, é lindo de ser ver algo tão detalhado assim
Um ponto que chama a atenção é a diferença gráfica entre as cenas e a gameplay, que assim como God of War faria futuramente, aqui acontece também, a transição é leve e quase imperceptível aumentando a sensação de estarmos no controle de um filme de ação, que é a proposta da franquia desde o começo.
Uncharted 4 é o titulo com a jogabilidade mais polida de toda a franquia, mas eles foram além do refinamento, todos os pequenos problemas que citei nos títulos anteriores foram corrigidos, os tiros na cabeça funcionam perfeitamente dessa vez, as escaladas estão, de certo modo, mais realistas pois agora vemos Drake se inclinar em direção do objetivo, como se quisesse evitar saltos desnecessários, o que faz muito sentido se imaginar aquelas situações na vida real.
A furtividade do jogo como um todo também foi melhorada, pois é tudo mais claro visualmente falando, é muito mais fácil saber se os inimigos te viram ou não do que nos games anteriores e agora usar o modo furtivo para concluir quaisquer tarefas é uma opção real, é possível evitar seções inteiras de ação e tiroteio se assim o jogador quiser, apenas se escondendo e abatendo alguns inimigos na surdina.
Não temos mais o botão de dica como existia antes, agora pelo fato do protagonista estar durante quase todo o game acompanhado por alguém, o próprio personagem vei falar "Ei Nathan, olha isso aqui" e vai mostrar por onde seguir ou o que fazer, tornando tudo mais orgânico e gostoso, por vezes eu nem percebi que estava perdido e o game estava me ajudando de tão natural que os diálogos ficaram.
E essas foram só as melhorias, mas temos também novidades, grande parte do sistema de furtividade foi feito para este titulo, mas a maior delas foi o uso de um gancho com corda que podemos usar para nos pendurar, balançar, escalar e até puxar caixas para reposiciona-las, em muitos momentos usar esta corda é a melhor opção, em outros é impossível solucionar os problemas sem usar o novo adereço, Drake também ganha um item para se prender em certas partes das paredes, para que seja possível chegar em locais inalcançáveis antes, modificando assim as seções de escalada que por vezes chegavam a ser repetitivas, aqui elas estão bem mais dinâmicas e menos cansativas.
Por ultimo e não menos importante, a fluidez entre os tipos de ação está impecável, fazendo com que tudo pareça um filme coreografado e não um jogo que vai reagir ao que o jogador faz e grande parte disso esta nas novas interações entre Nathan e os personagens que o acompanham, já que agora eles podem finalizar uma sequencia de golpes, ajudar Drake a se soltar de um inimigo ou até segurar inimigos para que seja possível finaliza-lo . Sair de um abate furtivo para o combate armado e em sequencia uma troca de socos com os inimigos esta tão natural quanto poderia ser.
Porém nem tudo é um mar de rosas, em certos momentos temos pequenas quedas de FPS, nada que vá prejudicar a experiencia, mas elas podem acontecer, as vezes certas texturas demoram um pouco mais pare serem renderizadas, mas isso acontece apenas com objetos do cenário ( ao menos enquanto jogava foi assim), nada vá interagir diretamente com os personagens então olhos menos atentos podem nem perceber este problema, o ultimo problema esta na física do jogo, pois ao mesmo tempo que Nathan está mais cauteloso e buscando formas mais seguras se inclinando e tentando alcançar marcos em vez de saltar, os saltos estão mais inacreditáveis do que nunca, alguns totalmente impossíveis de se realizar. Por fim, o ultimo problema está relacionado a dificuldade do game, mesmo no modo normal ele é extremamente fácil, fazendo com que as partes mais difíceis e demoradas do game sejam os quebra cabeças que aparecem durante a aventura e não uma seção de ação frenética, os inimigos são tão concentrados quanto uma criança de 3 anos que se interessa por um brinquedo e logo o esquece indo atras de outro.
Bom, se Uncharted 4: A Thief's End fosse um filme de ação, seria um blockbuster com ótimos efeitos especiais, personagens carismáticos e ainda sim com ótima história, ele não precisa abandonar o desenvolvimento de personagem pra entregar uma ação frenética. Nathan Drake nos cativou com seu jeito canastrão a là Indiana Jones e vai fazer muita falta no mundo dos games, o epilogo em que vemos ele mais velho junto com sua esposa Elena Fisher é de partir o coração de tão bonito que é, ainda mais pela forma como é feito e pela nova personagem apresentada. Então é isso, por enquanto ficamos por aqui com essa franquia. Até a próxima cidade perdia pessoal.
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