28 de agosto de 2020

Call of Duty: Modern Warfare Remastered

 Mais uma missão a ser cumprida em um mundo cheio de guerras, mais um dia em meio ao caos das batalhas armadas, mais uma chamada ao dever. Call of Duty: Modern Warfare é uma atualização completa de um game lançado em novembro de 2007 sob o titulo de Call of Duty 4: Modern Warfare, a versão atualizada saiu para PlayStation 4, Xbox One e Windows no dia 4 de novembro de 2016. Uma repaginada em um titulo de quase 10 anos foi o suficiente pra impressionar e se tornar um game tão marcante quando o original foi ? 
Como o titulo é basicamente um remake, apesar de não levar este nome, as comparações com antecessor são inevitáveis.
Antes de começarmos de vez, queria dizer que esse game foi zerado em Live no canal da Twitch do blog, então se você quiser ver alguns games que aparecem aqui sendo jogados pela primeira vez ao vivo, ou simplesmente acompanhar alguns jogos que já apareceram aqui é só clicar no link e seguir o canal. Dito isso, vamos ao post de hoje.

Gráficos (clique no link para uma comparação direta)

A atualização dos gráficos é notável, seja pensando na modelagem dos personagens, nos cenários, na resolução, texturas, até detalhes menores como algumas animações e a água do jogo foram modificadas, tudo que se pode imaginar foi totalmente refeito e melhorado fazendo ele se parecer com um game totalmente desta geração de consoles, com destaque para a iluminação que foi muito bem trabalhada até mesmo comparada com jogos mais modernos do gênero, sem considerar o Ray Tracing.
Se algo merece um destaque um pouco maior, além da iluminação que já foi citada, é o cuidado que as figuras humanas tiveram, eles tem uma emoção um tanto incomum para um game FPS, os personagens  conseguem fazer o jogador embarcar na história e se sentir um pouco mais imerso nas situações de tensão, principalmente em momentos que envolvem um risco de vida, logicamente parte desta emoção é devida ao enredo, mas a melhora gráfica ajudou muito . Não é nada de cair o queixo e outros jogos do mesmo estilo tem gráficos melhores de forma até discrepante, como Battlefield 1 por exemplo, porém ainda assim o trabalho feito em cima de um game já existente impressiona e tem sim seus méritos.

Áudio

Assim como na parte gráfica, toda a parte auditiva do jogo foi refinada, as musicas estão mais alinhadas com o enredo e conseguem passar as sensações necessárias para a boa história que o game tem, e logo logo vamos falar disso. Além das musicas que foram retrabalhadas, todos os efeitos sonoros foram refinados e alguns até refeitos para aumentar a imersão e realismo de toda a ação, de fato uma remasterização de tirar o chapel. Mesmo com tudo isso o titulo pode pecar pela falta de novidade na hora da execução, mas ao menos é uma execução muito bem feita. 
Um grande ponto negativo aqui é a falta da localização no game, não temos áudios em português e isso atrapalha em certos momentos pois os seus companheiros te passam informações importantes e dicas valiosas em certos pontos da história, o que pode deixar quem não tem um bom domínio do inglês meio perdido em certos momentos. Apesar disso, a falta do áudio em português não atrapalha o entendimento da história pois as legendas cumprem o seu papel muito bem.



Enredo 

O enredo é o que se destaca, tanto pela qualidade em si, quanto pela quebra de paradigma já que o cenário estava dominado por jogos extremamente futuristas enquanto este aqui é bem mais pé no chão e se passa nos tempos atuais. Este é de longe um dos melhores enredos em jogos FPS, a trama se divide entre dois núcleos, o americano e o britânico, ambos agindo em conjunto em uma unica grande operação na Russia, a mudança da equipe que acompanhamos durante a campanha ajuda a dar uma noção maior do grande perigo que está por vir, aumentando a tensão e dando maior importância para tudo que o jogador está fazendo, o ritmo é constante e menos um pouco mais calma que os games futuristas e mais tecnológicos da franquia CoD, e isto não quer dizer que ele seja pior, muito pelo contrario, com essa marcha um pouco mais lenta o enredo tem espaço pra se desenvolver um pouco melhor e assim consegue fazer com que o player se apegue aos personagens e aumentando assim toda a carga dramática. Como nem tudo são flores, apesar da história interessante e com todo aquele ar de filme militar, o tempo de jogo é super curto, estando em torno de 6 a 7 horas na história.

Jogabilidade 

Bom, eu poderia ficar no lugar comum e falar sobre como COD funciona muito bem como um First Person Shooter mas isso já foi dito de muitas formas diferentes em muitos lugares por ai, então vamos deixar isso de lado e falar sobre os pontos que chamaram atenção e que de alguma forma fazem o jogo se destacar dos demais. 
Começando com algo que não diz respeito exatamente a gameplay, mas sim a movimentação dos seus parceiros controlados pela inteligencia artificial, a movimentação deles é extremamente realista, desde os sinais para nos escondermos, aguardarmos em certo ponto ou para avançarmos nossa posição, até a forma como eles seguram as armas quando entram em lugares novos e principalmente as animações e preparo na hora de arrombar portas, tudo é feito de forma muito realista e contribui muito para a imersão.

Falando da jogabilidade propriamente dita temos dois aspectos que me chamaram atenção, a transição entre atirar com a mira, tiro livre e troca de armas no meio do processo, e também a cobertura existente no game.
A troca de armas e tiros com mira e sem mira é ensinada no tutorial do game, antes mesmo de ser possível selecionar a dificuldade em que vai ser jogada a aventura, a sensação ao completar o tutorial é que esta seria uma das mecânicas que nunca é usada na pratica, porém tudo é tão fluido que por vezes o jogo coloca você em um local apertado com inimigos muito próximos, o tiro livre é perfeito aqui, após fazer uma curva um inimigo a meia distancia aparece, a mira com uma rajada de disparos faz o serviço, assim a munição do pente acaba e mais dois inimigos aparecem, uma troca rápida para uma arma secundaria e 4 disparos bem feitos resolvem o problema. Tudo é fluido e faz a adrenalina da situação ficar transparente para os jogadores
As coberturas também são interessantes, como de costume não existe um comando para se esconder ou algo do tipo, mas os materiais que compõe a cobertura e também a arma usada influenciam se um tiro acerta ou não, caixas de madeira, paredes finas e até alguns blocos de concreto podem ser perfurados facilitando em certas situações ao mesmo tempo que  da um dinamismo e uma plastica super interessantes pro jogo.

Considerações Finais

Call of Duty: Modern Warfare pode ser considerada uma das melhores experiencias que se pode ter com portes de outras gerações para esta, o jogo é super satisfatório e bem executado, e apesar de não inovar em nada é sempre bom ver um game tão redondinho e funcionando bem. O enredo digno de filmes Hollywoodianos é muito acima da média se comparar com outros FPS, a qualidade é inegável e um ótimo jogo de entrada para o mundo dos games de tiro em primeira pessoa, além de contar com o fator nostalgia para os fãs antigos da série, por um bom preço essa é uma ótima opção. Futuramente o segundo capitulo dessa série vai aparecer por aqui também, então aguardem.

21 de agosto de 2020

What Remains of Edith Finch

A morte sempre foi um tema complexo de ser tratado em qualquer tipo de arte, isso não muda no mundo dos vídeo games, de forma sensível e tocante os desenvolvedores nos guiam dentro da exótica casa da família Finch, que está cheia de histórias incríveis e mistérios que nos deixam na ponta da cadeira. Desenvolvido pela Giant Sparrow e publicado pela Annapuma Interactive no ano de 2017 para PS4, Xbox One e Windows, e posteriormente no ano de 2019 para Nintendo Switch. Agora vamos descobrir um pouco mais sobre Edith e sua família. Assim como no texto sobre Fall Guys, aqui também teremos uma convidada especial, e como de costume as falas dela estarão em Itálico.

"Olá! Meu nome é Gabriela, tenho 22 anos, sou fã de jogos e as vezes me disfarço de Geek. Espero que gostem dos comentários e é um prazer 'conhece-los' ”

Enredo

Acompanhamos toda a jornada da jovem Edith, de 17 anos, enquanto ela volta para a casa em que morou quando criança, esta que carrega toda a história da sua família e a maldição que gira em torno deles. A construção e apresentação de tudo durante o game lembra a estrutura de uma obra literária, e a experiência de ver essa transcrição ocorrendo em tela é muito satisfatória, as grandes descrições feitas em livros se traduzem nos longos momentos que passamos olhando pelos inúmeros olhos mágicos existentes na casa, momentos estes que são acompanhados por uma narração da protagonista. Bom, e por que essa introdução toda para falar do enredo? Pois o próprio game se apresenta dessa forma, todas as histórias de seus familiares, de como a família se estabeleceu ali e todos os segredos em torno dela são apresentados através dos mais variados tipos de textos. Essa é a melhor transcrição da sensação de ler um livro para um jogo, e os formatos diferentes de texto que aparecem aqui é uma brincadeira metalinguística disso.


As histórias são intimas e por vezes chocantes, podemos observar momentos cruciais na vida dos familiares de Edith enquanto descobrimos mais sobre eles e sobre sua relação com a protagonista, tudo é passado com uma carga emocional muito grande, o que nos deixa com a sensação de estarmos sufocados, pois somos consumidos por um turbilhão de emoções e digerir tanto, em tão pouco tempo é extremamente difícil e por vezes não sabemos como encarar tantas situações diferentes e complicadas postas de forma tão aberta. Prepare um lencinho pois ao menso umas duas gotinhas de lagrima vão escorrer durante a jornada.


"Tudo no jogo é pensado para fazer o jogador explorar a casa e incitar a curiosidade. Cômodos trancados, objetos 'gatilho' ... Edith Finch não é um jogo para 'rushadores'. A própria planta da casa e as voltas malucas que você precisa dar para chegar a outros cômodos é uma exploração a parte. A carga emocional de cada história contada no jogo explicita que a própria Edith era muito próxima das histórias em si."


Gráficos e Som

Os gráficos são simples mas funcionais, o que se destaca aqui é a direção de arte e fotografia que estão inspiradíssimas, certas cenas merecem ser enquadradas de tão bem executadas. A iluminação e as cores tomam conta do jogo e marcam as mudanças de tom e sentimento de cada cena, além disso a mudança de estilo gráfico e até mudanças de filtro na imagem ocorrem em momentos pontuais para imergir cada vez mais e mais Edith e por consequência quem joga também.


Os os efeitos sonoros do jogo são competentes e cumprem sua função, não se destacam em nenhum momento e isso é ótimo, tudo parece real e condizente com os gráficos e com as ações acontecendo em tela. O que se destaca de verdade no quesito som é a trilha sonora, as musicas são incríveis, o casamento entre elas, a cena em questão e os gráficos do game é muito boa e cria uma atmosfera incrível.
"A trilha sonora é tão intensa que chega a ser claustrofóbica por transpassar cada sensação. Os efeitos sonoros são o que de fato entregam o material de cada elemento do jogo, já que os gráficos são simplificados e as nuances de luz fazem a diferença, variando de forma satisfatória em locais diferentes e também conforme o dia passa"

Jogabilidade

As mecânicas são extremamente simples, todos os comandos do jogo se resumem a andar e um botão de ação para interagir com certos objetos, em certos momentos a gameplay altera e podemos tomar outras ações como tirar fotos e brincar com patinhos de borracha, vários mini-games modificam o estilo do jogo mas a simplicidade aqui reina.

Considerações Finais

Uma história tocante e envolvente sobre uma família complicada, contada de um jeito criativo e emocionante, What Remains of Edith Finch conquista você pelo coração. Um formato de história diferente que abusa da metalinguagem em muitos momentos, fazendo por merecer o prêmio de melhor jogo no Bafta Game Awards. Um jogo pra se encarar de coração aberto e entrar de cabeça no turbilhão de emoções que o jogo te propões, e quem abraça tudo isso vai ter uma experiencia incrível dentro de gêneros textuais diferentes sem deixar a emoção de lado. 

"Sem sombra de dúvidas What Remains of Edith Finch é um jogo que intensifica qualquer sagacidade que o jogador tenha. A obra inteira tem uma melancolia própria que deixa aquela sensação de 'eu deveria valorizar mais os pequenos momentos', as palavras da própria Edith ao fim de cada conto são ressalvas do quanto a vida pode ser fugaz.

Mais do que qualquer coisa, um jogo indie que chama atenção por ser reflexivo, o que com certeza não é tão popular quanto os jogos multiplayer massivos e os famosos First Person Shooter, mas que definitivamente deveria."


14 de agosto de 2020

Fall Guys: Ultimate Knockout

O mundo dos video games está em expansão constante e novos jogos e franquia surgem a todo momento, mas mesmo com tantas novas caras aparecendo no mercado muitas das coisas usadas são apenas a reutilização de conceitos já existentes e no fim das contas o que acaba importando é um enredo bem escrito e o apuramento técnico dos jogos. E é neste cenário que Fall Guys: Ultimate Knockout surge, como um jogo descompromissado, divertido, extremamente colorido e cativante, mas ainda seguindo uma fórmula que estava em alta nos últimos anos, usando da subversão para dar um ar de frescor ao game. O título foi desenvolvido pela britânica Mediatonic e foi lançado dia 4 de agosto de 2020 para Playstation 4 e Windows. Hoje teremos novamente um convidado especial, assim como no post de Life is Strange as falas estarão em Italico e entre aspas.

"Olá, eu sou a Dannie. Estudante de publicidade e propaganda, entusiasta de jogos e assuntos aleatórios. Sou legal. obg"


Sistema

O game é em essência um Battle Royale, 60 pessoas competem e só um pode vencer, mas aqui o objetivo passa longe de tentar matar seus adversários ou expulsar eles de uma área em específico. Quem continua na competição ou é eliminado é decidido através de competições que lembram alguns programas de TV japoneses, o clássico entre eles é Takeshi's Castle, se procura uma referência no Brasil as mais claras são as olimpíadas do Faustão e as provas existentes no programa do Silvio Santos, com as provas mais bizarras e engraçadas que só são possíveis dentro de um vídeo game.

O sistema de recompensas do título funciona no formato de um passe de temporada, durante esta primeira temporada ele está disponível para todos mas é muito provável que futuramente teremos uma versão gratuita e uma versão paga, seguindo a tendência do mercado de fazer os jogos virarem um serviço e não um produto, normalmente este modelo de negócio é passível de julgamento mas neste caso não, o valor do jogo é super baixo e acessível, principalmente para PC (83,50 Reais no PS4 e 37,99 Reais na Steam) fazendo que a longo prazo esta seja uma maneira viável e justa para a empresa e jogadores.


"Fall Guys que não teve um começo tímido, levanta uma bandeira de um jogo que busca focar na diversão, é possível notar que não a um ranking de posições no final de cada rodada ou até um mesmo global, assim como não possui chats na qual os usuários possam fazer quaisquer interações que sejam toxicas, tornando toda a experiência mais leve.

Perder nas competições é quase tão divertido quanto ganhar, porque acabamos perdendo por fatores ímpares, como falta de atenção ou por puro azar de bater na porta errada e não por falta habilidade apurada.

E mesmo o jogo permite que você siga acompanhando seus amigos e os outros jogadores até a última fase, o que lhe dá a chance dar uma força a mais para aquele camarada.

Nessa terra onde você pode ser uma batata frita ou um pirata, o bom humor reina, transformando a competição em algo não tóxico."


Gráficos e Áudio

Cores, muitas cores. O visual de Fall Guys é repleto de cores chamativas e diferentes em tela, além disso a variação de visual entre os personagens pode ser muito grande misturando as texturas e cores com as fantasias disponíveis. O gráfico é simples e traz personagens crus e fazes bem construídas, o estilo artístico e principalmente a grande variação de cores ajuda as competições a serem intuitivas e sobretudo elas ajudam a tornar o game chamativo para crianças. O áudio do jogo é gostoso mas não chega a ter o ar "caótico" que a gameplay trás, mas ela dá todo o ânimo e ar cômico necessário para o game, as músicas e efeitos sonoros cumprem o seu papel mas garanto que são facilmente esquecíveis depois de partir para outras experiencias.


Jogabilidade 

Os comandos de Fall Guys são extremamente simples, além do controle do personagem temos um botão de pulo, um para agarrar outros personagens e certos objetos e mais um para dar um pulo para frente, o famoso "peixinho". Apesar das mecânicas super simples o jogo tem uma variabilidade muito grande de gameplay, como os estágios de jogo que são totalmente aleatórios a variabilidade é muito grande, fazendo o jogo ser menos cansativo, aumentando a longevidade do game. O maior "problema" do título é a sua física que pode incomodar muitos jogadores, seja a dificuldade de fazer alguns saltos ou a colisão com os outros jogadores que torna impossível abrir espaço entre os adversários. 

Se o título da Mediatonic tem um problema de mecânica no seu lançamento são os usuários de hack que se dividem basicamente em dois tipos: os de velocidade e os de pulo, transformando o que era para ser uma competição agradável e engraçada em algo extremamente frustrante. Ao menos a resposta da empresa foi rápida e está trabalhando para resolver isto.

"Com uma jogabilidade não exigem muito do jogador, eles apresentam os “falls guys” como bonequinhos que correm, pulam, caem e abraçam (ou agarram) e isso foi uma incrível sacada que fez o jogo ser o jogo ser abraçado um grande público indo de crianças e adultos que se encantaram com esse mundo de cores fortes que remete a um reino de fantasia."


Considerações Finais

Fall Guys: Ultimate Knockout é um ótimo party game, infelizmente ele não tem multiplayer local, o jogo é super leve, divertido e sem exigência mecânica alguma, alcançando desde crianças a adultos. O sucesso veio de forma repentina, muito graças aos streamers que divulgaram o jogo, toda essa repercussão positiva garante que o game tenha suporte durante bastante tempo, o esperado era de 100 mil pessoas nos servidores, mas o título teve mais 2 milhões de vendas na Steam em menos de uma semana. Se você se diverte vendo as Olimpíadas do Faustão Fall Guys: Ultimate Knockout é uma ótima opção aliada a um baixo custo.

"Considerações finais sobre o jogo: É legal!!"



7 de agosto de 2020

The Bridge

Um jogo indie com um tom artístico muito grande e com puzzles muito bem feitos e elaborados, mas isso por si só não garante a qualidade de game algum, o que fez este titulo ser uma ótima experiencia e uma boa entrada para o mundo dos puzzle games e também para os jogos indie. The Bridge foi lançado em 22 de fevereiro de 2013, hoje é possível jogar em qualquer plataforma e em todas com portes interessantes, o que mais impressiona é que o game foi feito pela The Quantum Astrophysicists Guild, equipe composta por apenas dois desenvolvedores, Ty Talor e Mario Castañeda, mas chega de enrolação e vamos falar do jogo.


O game tem mecânicas interessantes e é um jogo de quebra cabeças muito bom de fato, mas o principal ponto do jogo são os gráficos que parecem uma obra do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher, o titulo sabe trabalhar as perspectivas e a evoca a sensação de impossível passada pelas obras de Escher. A trilha sonora do jogo pode se tornar um tanto cansativa e repetitiva com o passar do tempo, porém ela cumpre o objetivo e nos sufoca conforme passamos mais tempo imersos dentro do universo e de seus quebra-cabeças e isso faz a sensação de estranheza com tudo o que se é  visto em tela seja potencializado.

O game não tem um enredo muito bem construído, ele apenas te leva por uma viagem pessoal através dos nomes das fazes e as dificuldades que elas apresentam e representam tudo isso de forma extremamente metafórica, o mais palpável que é possível tirar do jogo são pequenos monólogos que acontecem entre algumas sessões da experiencia, vale dizer aqui que o titulo inteiro esta com textos em português, assim nenhuma parte da obra é perdida para quem não entende bem o inglês.

As mecânicas correspondem ao estilo gráfico e conseguem passar toda a sensação de impossível e surreal que paira sobre as fazes. As ações possíveis são bem resumidas mas ainda assim tudo funciona perfeitamente, podemos andar para frente e para trás, mas não podemos saltar, também é possível girar o mapa para fazer coisas caírem e fazer as bolas, que são nossas inimigas, rolarem pelos diferentes estágios, por ultimo e não menos importante temos a possibilidade de voltar no tempo para corrigir certos erros e também para podermos experimentar a melhor forma de resolver os quebra-cabeças. Além disso ainda é possível entrar em sessões do mapa em que podemos "mudar" a gravidade que afeta esferas que são inimigas durante o jogo. Outra mecânica existente é a de "mudar de cor", assim é possível mudar a perspectiva e acessar novos lugares e caminhos assim dificultando cada vez mais os puzzles do jogo. E se tudo isso não fosse suficiente, alguns vórtex também aparecem para nos sugar e prender dentro, sendo possível desativa-los apertando alguns botões durante as fazes, dificultando uma vez mais a resolução dos problemas.

The Bridge é uma ótima entrada para jogos Indie e também para puzzle games, ele é bonito e com uma trilha interessante mesmo sendo um tanto repetitiva, mecânicas interessantes e referencias bem legais (como o Isaac Newton e Maurits Cornelis Escher), uma experiencia gostosa de se ter e que pode deixar o jogador pensativo dependendo de como ele vai se conectar com as reflexões propostas pela obra, o único ponto negativo é a duração do jogo, curto além do comum para jogos assim, cerca de 2 a 3 horas e já é possível terminar. Abra as portas do mundo dos jogos Indie e dos Puzzle games com The Bridge