10 de abril de 2020

Uncharted 3: Drake's Deception

Depois de desvendar os mistérios de El Dorado e Shangri-la Nathan Drake ainda tem fôlego para mais aventuras. Produzido pela Naughty Dog e publicado pela Sony para PlayStation 3 e PlayStation 4, o game de ação e aventura foi lançado em 2011 e veio para dar mais um grande passo para se tornar uma das maiores franquias da família PlayStation.



Uncharted 3 veio com a mesma ideia de seu antecessor, ser maior e melhor que os dois títulos anteriores, aumentando o tempo da campanha, melhorando a inteligência artificial de seus companheiros, ajustes na jogabilidade, dificuldade levemente a aumentada, desenvolvimento de personagem, mais armas, mais visuais diferentes para se usar, melhorias de gráfico e som. Uncharted 3 entrega tudo o que uma sequência deveria ser, com isso em mente não vamos perder tempo falando de seus gráficos, som e qualquer outro ajuste do tipo, pois o game tem tudo isso, o que vai ser pontuado são as mudanças mais interessantes, qualidade do enredo, o veredito sobre o game e uma curiosidade sobre o desenvolvimento. Dito isso, vamos lá 



A franquia sempre se propôs a ser um filme de ação em que nós controlamos o protagonista em sequências de ação mirabolantes, com saltos impossíveis, lutas mano a mano e uma boa dose de troca de tiros, novamente isso se mantem  mas com uma escala ampliada neste terceiro capítulo, todos os clichês possíveis e imagináveis do gênero de ação estão presentes aqui, mas não são feitos de forma displicente, todos eles são muito bem usados e executados, tirando assim a sensação de mais do mesmo ao controlar Drake.



A jogabilidade deste título basicamente não mudou dos games anteriores para este, o game está sim mais polido, tirando mais uma parte dos problemas com headshots dos antecessores, mas ainda não está perfeito. Desta vez ao menos os saltos estão muito bem polidos, são os melhores dentro da franquia até então, além disso a inteligência artificial foi melhorada, seus companheiros ajudam mesmo em combate, realizando abates importantes e que facilitam muito em certas situações, em contrapartida o game está sim mais difícil, mesmo jogando na dificuldade normal( a mesma usada para fazer os reviews do capítulo 1 e capítulo 2) a sensação é que o jogo está sim mais difícil no geral. Por fim uma nova e interessante mecânica foi adicionada, pode os arremessar as grana dsas atiradas em nossa direção de volta para nossos inimigos, apertando o botão no momento correto, nada que já não existisse em outros jogos, mas foi uma bela adição para a jogabilidade.



O prato principal da série Uncharted deveria ser sua jogabilidade, já que busca imitar um filme de ação, mas o trunfo da franquia está nos seus personagens e no enredo, nessa nova aventura Drake e companhia estão de volta, todos os personagens que fizeram parte do grupo de Nathan estão de volta, e novos aliados surgem. O Desenvolvimento de personagens dessa vez foi muito maior que anteriormente e por isso pôde ser feito de forma muito mais gradual e detalhada, dando mais realismo aos personagens.



A história se desenrola dessa vez não por uma busca por riquezas como de costume, começamos conhecendo o passado de Drake quando ainda era um garoto, o início de sua amizade com Sully e alguns fantasmas que o assombram até hoje, assim surge mais um mistério sobre o antepassado de Nathan, sendo assim a história é movida muito mais por motivos pessoais do protagonista do que por dinheiro. E essa mudança de tom, para algo mais emocional pode incomodar alguns fãs, já que não fazia muito o estilo da série, mas eu particularmente gostei, a evolução dos personagens e o peso que sentimos a cada encontro e desencontro entre eles é real e nos faz nutrir um carinho por eles, assim nos importando de forma mais natural com seus destinos, ficando mais ligados emocionalmente ao enredo.


Indo na contramão da ação mirabolante dos filmes, as motivações dos personagens estão mais palpáveis e os rumos da história, explicações e viradas que a trama tem são mais realistas, a resolução do mistério final é  tão pé no chão que parece algo possível na vida real, o que me agradou muito, diferente do elemento novo que surge na parte final do segundo o game, que não estraga nem um pouco a experiência, mas incomoda por ser fantasioso demais dentro de uma história que não apresenta isso em outros momentos. 



Antes do veredito final vamos falar de dois momentos dentro da aventura, Nathan andando no deserto e a fase do barco. Durante esta parte da historia estamos em um navio que balança muito em alto mar, dificultando os movimentos de Drake e jogando os contêineres de um lado para o outro, nos ajudando a se esconder dos inimigos ou nos esmagando em momentos de desatenção, o grande segredo deste trecho é que um mar e um navio em 3D foram programados para funcionar de forma aleatória, ou seja, cada vez que jogar esta parte o mar se comporta de forma diferente e por consequência o barco reage de forma diferente a ele, um cuidado que não precisava ser tomado, isso só mostra o cuidado dos desenvolvedores com o game.
E quanto as andanças do protagonista no deserto, o game abusa de conceitos do cinema para passar a sensação de solidão e dificuldades passadas enquanto estamos sozinhos em meio as dunas, vemos o passar de alguns dia em que nos perdemos, andamos em círculos, achamos um poço e logo em sequencia descobrimos que este está seco para frustração de Drake e do jogador, alucinamos a procura de Sully e somos enganados por miragens, uma sequencia digna de cinema.



Uncharted 3: Drake's Deception para mim é o ponto alto da franquia até então, os pequenos polimentos e adições feitas são mais do que suficientes para aumentar a qualidade do jogo que vem equilibrando de forma perfeita as cenas de ação imparável e uma narrativa emocionante enquanto descobrimos mais sobre o passado do protagonista, enquanto vemos sua evolução, tornando Nathan Drake um personagem cada vez mais humano.

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