20 de dezembro de 2020

Tekken 7

 A franquia que levou os jogos de luta em 3D ao grande publico teve seu enredo todo explicado no ultimo titulo da série, com grandes participações especiais e um visual bem a frente dos outros titulos da franquia. Tekken 7 que é fruto de uma parceria entre Namco e Bandai, sendo lançado para Arcade em 2013 e para console apenas dois anos depois, em 18 de março de 2015. O game foi acessível o suficiente para que os fãs mais casuais pudessem continuar acompanhando a série e ainda se manteve atrativo para o publico mais competitivo, quer saber um pouco mais sobre o amis recente capitulo da novela que é a família Mishima? Se sim, aqui é um bom lugar. 


Enredo

 Pela primeira vez a história é contada de forma consistente e clara, lógico que era possível acompanhar o desenrolar dos acontecimentos ao longo dos jogos, mas tudo era feito de forma muito inconsistente, com informações jogadas aos ventos e sendo espalhadas em modos de jogo diferentes e sendo necessário ler muito conteúdo adicional, além de terminar o modo arcade com todos os personagens, e ainda assim saber diferenciar o que é canônico e o que não é. 

 Felizmente tudo isso foi corrigido aqui, temos um modo história girando em torno da família Mishima, mostrando toda a motivação de Heihachi para seus atos dos games anteriores, mostrando o resultado a interferência de Jin Kazama, neto de Heihachi, no mundo, que atualmente está mergulhado em uma disputa militar entre duas organizações, uma chefiada por Kazama e outra chefiada por Kazuya, filho de Heihachi e pai de Jin. No fim das contas o arco criado para Heihachi serviu para mostrar quem é o real vilão da franquia e transformou sua imagem de vilão para um anti-herói. Uma boa história para quem ja acompanha essa novela a longo prazo, mas não chega perto de outras da mesma geração, como Injustice 2 e Street Fighter V

 Além disso, todos os personagens tem um capitulo de história separado que mostram o motivo deles terem entrado no novo torneio Tekken, com uma luta curta contra seu principal adversário, não é muito mas é uma forma de conhecer um pouco mais dos personagens antigos e também saber o motivo dos novos estarem por aqui.

 Infelizmente, como o game foi pensado muito para os E-sports a história e desenvolvimento dos personagens que não aparecem na trama principal é deixada um pouco de lado, o que pode ser decepcionante para quem é fã de personagens longe dos holofotes da família principal do titulo.

Jogabilidade

 Tekken sempre foi uma franquia que apostou na acessibilidade, mesmo que você não tenha jogado o game antes os comandos são extremamente intuitivos, o padrão de dois botões para soco e dois para chutes se mantes, cada um desses botões representa uma perna ou um braço do seu lutador, sendo assim a intuição para saber qual o próximo botão à ser apertado ajuda muito, já que muitas vezes través do movimento feito pelo personagem é possível saber qual a continuação do combo. 

 Outra adição foi um botão que ao ser segurado torna qualquer um capaz de desferir golpes diferentes que só seriam acessíveis através de comandos mais complexos, e juntando estes golpes na ordem certa e no tempo certo é possível criar um combo mais complexo mesmo sem muito tempo de jogo. Outro botão adicionado foi o de "Rage Art", mecânica implementada neste titulo, que consiste em um golpe especial, com ar cinematográfico, que causa muito dano ao oponente e só pode ser executado quando a vida do lutador está muito baixa, cada personagem tem duas Rage Arts, sendo uma delas executada com apena um botão, o que também equilibra o game para jogadores menos experientes.

 Além dessa nova forma convidativa de trazer novos jogadores, os comandos clássicos para personagens antigos não foram modificados, assim a sensação de nostalgia está garantida para os velhos fãs da série, já que seus golpes clássicos se mantém como sempre foram.

 Mesmo com todo esse apelo com o publico casual, Tekken 7 buscou ser um jogo de E-sport, com isso a profundidade de mecânicas é garantida, com combos longos, complexos e bem complicados de serem executados, muitos golpes abrem espaço para mais de uma continuação, fazendo com que os fatores habilidade, conhecimento teórico sobre os personagens e os reflexos do jogador sejam muito importante em disputas de mais alto nível.

 Vale ressaltar que apesar de tudo isso soar positivo para mim, algumas pessoas podem ficar com a sensação de pouca evolução mecânica entre o titulo anterior e este, e isso não é mentira, ao que parece o sétimo titulo cronológico da franquia está aqui para colocar uma base forte e robusta para o que pode ser o ultimo jogo da franquia (Tekken 8), que provavelmente será lançado na próxima geração de consoles.

 Por ultimo e não menos importante, vale citar a presença de 3 personagens com sistema de barras de especial, sendo eles Akuma de Street Fighter, Geese Howard de Fatal Fury e uma personagem nova Eliza. Estes três personagens causaram uma apreensão grande quando foram anunciados, pois o sistema de barra e de ataques de projetil poderia quebrar o sistema do jogo ou ser totalmente irrelevantes, fazendo com que os personagens fossem esquecidos e nunca usados por qualquer jogador que fosse, mas não foi isso que aconteceu, os personagens foram muito bem transportados para esse universo em 3D e funcionam bem perto de todos os outros, sendo assim uma escolha viável mesmo que eles estejam fora de suas franquias de origem quando pensamos nos dois primeiros.


Gráficos e Áudio

 A franquia sempre foi referencia em potencial gráfico nos games de luta, e aqui não é diferente, os cenários são belíssimos e apesar de alguns pequenos bugs visuais quando eles se quebram, conseguem impressionar com sua diversidade de ambientes e formatos. Os golpes são extremamente fluidos e dão a impressão de estarmos vendo dois mestres em artes marciais lutando, o que era pra ser apenas um game de luta pode se tornar uma verdadeira valsa mortal quando se tem dois jogadores experientes. 

 Quanto ao áudio, a franquia mantem o nível nos seus efeitos sonoros, mas o que vale o destaque é a trilha sonora, já que além das musicas próprias do game é possível acessar a playlist de todos os outros jogos da série e criar a sua própria, misturando musicas de todos os 9 títulos (lembrando aqui que existem os jogos Tekken Tag Tournament  1 e 2).

Considerações Finais

Tekken 7 é de longe o melhor game da franquia para introduzir novos jogadores desde Tekken 3, ao mesmo tempo que deixa todos os fãs antigos felizes com a manutenção de personagens queridos, comandos similares aos antigos com pouca ou nenhuma mudança, além de trazer uma história e explicações que muitos esperavam, o sistema de customização está um pouco mais robusto que nos games anteriores e é possível utilizar vários visuais conhecidos dos personagens, o que é um ponto fortíssimo no quesito nostalgia. Apesar disso a sensação que fica é que dificilmente esse vai ser o game preferido da franquia para alguém, particularmente falando ele fica em quarto lugar para mim, não chegando nem ao pódio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário