21 de agosto de 2020

What Remains of Edith Finch

A morte sempre foi um tema complexo de ser tratado em qualquer tipo de arte, isso não muda no mundo dos vídeo games, de forma sensível e tocante os desenvolvedores nos guiam dentro da exótica casa da família Finch, que está cheia de histórias incríveis e mistérios que nos deixam na ponta da cadeira. Desenvolvido pela Giant Sparrow e publicado pela Annapuma Interactive no ano de 2017 para PS4, Xbox One e Windows, e posteriormente no ano de 2019 para Nintendo Switch. Agora vamos descobrir um pouco mais sobre Edith e sua família. Assim como no texto sobre Fall Guys, aqui também teremos uma convidada especial, e como de costume as falas dela estarão em Itálico.

"Olá! Meu nome é Gabriela, tenho 22 anos, sou fã de jogos e as vezes me disfarço de Geek. Espero que gostem dos comentários e é um prazer 'conhece-los' ”

Enredo

Acompanhamos toda a jornada da jovem Edith, de 17 anos, enquanto ela volta para a casa em que morou quando criança, esta que carrega toda a história da sua família e a maldição que gira em torno deles. A construção e apresentação de tudo durante o game lembra a estrutura de uma obra literária, e a experiência de ver essa transcrição ocorrendo em tela é muito satisfatória, as grandes descrições feitas em livros se traduzem nos longos momentos que passamos olhando pelos inúmeros olhos mágicos existentes na casa, momentos estes que são acompanhados por uma narração da protagonista. Bom, e por que essa introdução toda para falar do enredo? Pois o próprio game se apresenta dessa forma, todas as histórias de seus familiares, de como a família se estabeleceu ali e todos os segredos em torno dela são apresentados através dos mais variados tipos de textos. Essa é a melhor transcrição da sensação de ler um livro para um jogo, e os formatos diferentes de texto que aparecem aqui é uma brincadeira metalinguística disso.


As histórias são intimas e por vezes chocantes, podemos observar momentos cruciais na vida dos familiares de Edith enquanto descobrimos mais sobre eles e sobre sua relação com a protagonista, tudo é passado com uma carga emocional muito grande, o que nos deixa com a sensação de estarmos sufocados, pois somos consumidos por um turbilhão de emoções e digerir tanto, em tão pouco tempo é extremamente difícil e por vezes não sabemos como encarar tantas situações diferentes e complicadas postas de forma tão aberta. Prepare um lencinho pois ao menso umas duas gotinhas de lagrima vão escorrer durante a jornada.


"Tudo no jogo é pensado para fazer o jogador explorar a casa e incitar a curiosidade. Cômodos trancados, objetos 'gatilho' ... Edith Finch não é um jogo para 'rushadores'. A própria planta da casa e as voltas malucas que você precisa dar para chegar a outros cômodos é uma exploração a parte. A carga emocional de cada história contada no jogo explicita que a própria Edith era muito próxima das histórias em si."


Gráficos e Som

Os gráficos são simples mas funcionais, o que se destaca aqui é a direção de arte e fotografia que estão inspiradíssimas, certas cenas merecem ser enquadradas de tão bem executadas. A iluminação e as cores tomam conta do jogo e marcam as mudanças de tom e sentimento de cada cena, além disso a mudança de estilo gráfico e até mudanças de filtro na imagem ocorrem em momentos pontuais para imergir cada vez mais e mais Edith e por consequência quem joga também.


Os os efeitos sonoros do jogo são competentes e cumprem sua função, não se destacam em nenhum momento e isso é ótimo, tudo parece real e condizente com os gráficos e com as ações acontecendo em tela. O que se destaca de verdade no quesito som é a trilha sonora, as musicas são incríveis, o casamento entre elas, a cena em questão e os gráficos do game é muito boa e cria uma atmosfera incrível.
"A trilha sonora é tão intensa que chega a ser claustrofóbica por transpassar cada sensação. Os efeitos sonoros são o que de fato entregam o material de cada elemento do jogo, já que os gráficos são simplificados e as nuances de luz fazem a diferença, variando de forma satisfatória em locais diferentes e também conforme o dia passa"

Jogabilidade

As mecânicas são extremamente simples, todos os comandos do jogo se resumem a andar e um botão de ação para interagir com certos objetos, em certos momentos a gameplay altera e podemos tomar outras ações como tirar fotos e brincar com patinhos de borracha, vários mini-games modificam o estilo do jogo mas a simplicidade aqui reina.

Considerações Finais

Uma história tocante e envolvente sobre uma família complicada, contada de um jeito criativo e emocionante, What Remains of Edith Finch conquista você pelo coração. Um formato de história diferente que abusa da metalinguagem em muitos momentos, fazendo por merecer o prêmio de melhor jogo no Bafta Game Awards. Um jogo pra se encarar de coração aberto e entrar de cabeça no turbilhão de emoções que o jogo te propões, e quem abraça tudo isso vai ter uma experiencia incrível dentro de gêneros textuais diferentes sem deixar a emoção de lado. 

"Sem sombra de dúvidas What Remains of Edith Finch é um jogo que intensifica qualquer sagacidade que o jogador tenha. A obra inteira tem uma melancolia própria que deixa aquela sensação de 'eu deveria valorizar mais os pequenos momentos', as palavras da própria Edith ao fim de cada conto são ressalvas do quanto a vida pode ser fugaz.

Mais do que qualquer coisa, um jogo indie que chama atenção por ser reflexivo, o que com certeza não é tão popular quanto os jogos multiplayer massivos e os famosos First Person Shooter, mas que definitivamente deveria."


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