Minha história com o game
A primeira vez que tive contato com Shadow of the Colossus foi em um filme que o game aparece e tem certa relevância para a trama, Reine Sobre Mim é protagonizado por Adam Sandler e Don Cheadle, que estão aqui como ex colegas de faculdade que se reencontram em momento difícil da vida para ambos. Não vou analisar o filme aqui, o blog não fala sobre isso, mas foi aqui onde conheci o game, e eu nunca esqueci daquelas imagens que vi durante o filme e nem do nome do jogo. Alguns anos após isso achei ele em uma lojinha de jogos pirata da cidade, mas quando cheguei em casa super empolgado pra jogar ele com meu pai, o jogo não funcionou no meu Playstation 2, então tive que trocar o disco, mas não tinha outro do mesmo game, anos se passaram e eu ganhei meu Playstation 3, mas como só comprava jogos na promoção, nunca tive a oportunidade de comprar. Mas o destino é uma coisa engraçada, não? Anos se passaram desde que tinha em mãos o disco de PS2 que não funcionou, e a Sony liberou para os assinantes da PSNPlus essa obra prima e assim tive a oportunidade de joga-lo no PS4. Então após tudo isso eu já estava afeiçoado pelo game e cheio de nostalgia por algo que nem vivi, com isso eu devorei o titulo em pouquíssimo tempo, e aqui estão minhas impressões sobre ele.
Trilha Sonora
Todas as musicas do game foram feitas para ele pelo compositor Kō Ōtani, cada musica combina perfeitamente com o colosso que estamos enfrentando, se o adversário é mais pacifico, temos uma musica mais tranquila enquanto em combates com mais ação temos uma trilha mais agitada criando maior tensão e senso de perigo, além de se encaixarem com perfeição elas são sim muito competentes e conseguem encantar mesmo quem não conhece a obra, mesmo não gostando deste tipo de musica, esta foi uma que me peguei ouvindo algumas vezes mesmo sem estar jogando, assim como a de God of War. Outra coisa que chama a atenção é como ela consegue se mesclar com os outros sons do game, ela não combina apenas com a ação do momento mas com o áudio, parecendo tudo uma grande musica, seja se misturando ao barulho do ambiente ou dos próprios colossos.
Gráficos
Totalmente repaginado, feito como um game da geração atual e não apenas uma atualização para Full HD, tudo está reformulado, os colossos estão lindos, a pelagem deles, as proteções em seus corpos, está tudo muito real, mesmo com criaturas tão fantasiosas. Além dos grandiosos monstros, o cenário seja as areias, as florestas, a água, as ruínas e até o cavalo do protagonista que vemos durante o game, é tudo feito com cuidado e tudo é muito bonito.Fora a qualidade dos ambientes e das criaturas a iluminação do jogo impressiona, a luz em si e a forma como ela interage com os colossos, o ambiente e o até com o protagonista Wander. A unica falha que eu pontuaria é a aparência dos personagens humanos, elas não passam a mesma verdade que os colossos ou o ambiente do game, o que é decepcionante considerando a qualidade dos colossos por exemplo.
Enredo
A trama de Shadow of the Colossus é muito boa, vemos a transformação do personagem conforme enfrentamos cada uma das criaturas, mesmo sem falas é possível entender de forma clara a ligação de Wander, o protagonista, com a menina Mono. Conforme a história vai adiante, a tensão aumenta a cada colosso que derrotamos, pois é possível ver o herói sendo corrompido aos poucos e vemos cada totem presente no templo principal ser destruído, é possível ver o choque do personagem após uma perda importante e este momento mostra o seu comprometimento com a missão de reviver a garota. As coisas evoluem de forma bem rápida no trecho final, em que é mostrado as consequências das ações de Wander e como isso afeta todo o mundo a sua volta, com o final da história a experiencia do game ainda não termina, pois é facil pegar-se pensando sobre o desfecho do game, que tem sim um final um tanto aberto, o que só engrandece a obra pela forma que foi executado.
Jogabilidade
O game não tem grandes inovações, cada Colosso é basicamente um grande puzzle, alguns precisam ser distraídos, já outros precisam ser enganados, cada criatura tem um método diferente mas no fim sempre precisamos golpear um ponto especifico em seu corpo, sem muitas novidades. Enquanto não estamos nos digladiando contra esses seres podemos andar a cavalo e até nadar em certas partes, mas tudo de forma quase primitiva, o game tem mecânicas extremamente simples e sem novidade alguma, o que pode chatear pessoas muito acostumadas aos títulos mais frenéticos ou com batalhas mais técnicas que tem saído ultimamente, mas o jogo não tem isso como uma falha, ele não precisa de um sistema de combate robusto nem nada disso para impressionar, a simplicidade de seus comandos até condizem com o enredo e simplesmente não fazem falta. Por mais que tudo pareça um tanto monótono, o ar pacato de suas mecânicas condizem com o que ele quer ser, a jornada aqui é muito mais de sentimento do que de jogabilidade.
Considerações Finais
Shadow of the Colossus nos coloca em uma missão buscando reviver sua amada, uma missão cega e sem ponderar suas consequências, e no fim de tudo fica apenas a mensagem do jogo, temos noção das consequências e impacto de nossas ações em busca de nossos objetivos, toda e qualquer ação tem sua reação para nós mesmos e para as pessoas a nossa volta com cada ação que tomamos. O titulo pode não agradar a todos por tem um final inconclusivo e de jogabilidade não tão interessante, mas a sua mensagem e impacto é o que faz ele ser considerado uma obra prima, o titulo é incrível e toca quem esta disposto a ouvir o que ele tem a dizer, afinal, cada um de nós podemos ser o próprio Wander em nossas vidas.