30 de abril de 2020

Shadow of the Colossus PS4

Uma jornada em busca de reviver sua amada, criaturas gigantescas para serem derrotadas e um enredo que encanta e marca qualquer um que já tenha visto. Shadow of the Colossus foi lançado originalmente para Playstation 2 em 2005 recebendo uma remasterização para Playstation 3 em 2011 devido ao seu sucesso, agora com status de clássico a obra de Fumito Ueda ganha uma nova versão para o Playstation 4, desta vez sendo refeito do zero. Produzido pela Bluepoint Games e parte da equipe do game original, esta versão chegou ao publico exclusivamente para o console da Sony no dia 6 de fevereiro de 2018.

Minha história com o game


A primeira vez que tive contato com Shadow of the Colossus foi em um filme que o game aparece e tem certa relevância para a trama, Reine Sobre Mim é protagonizado por Adam Sandler e Don Cheadle, que estão aqui como ex colegas de faculdade que se reencontram em momento difícil da vida para ambos. Não vou analisar o filme aqui, o blog não fala sobre isso, mas foi aqui onde conheci o game, e eu nunca esqueci daquelas imagens que vi durante o filme e nem do nome do jogo. Alguns anos após isso achei ele em uma lojinha de jogos pirata da cidade, mas quando cheguei em casa super empolgado pra jogar ele com meu pai, o jogo não funcionou no meu Playstation 2, então tive que trocar o disco, mas não tinha outro do mesmo game, anos se passaram e eu ganhei meu Playstation 3, mas como só comprava jogos na promoção, nunca tive a oportunidade de comprar. Mas o destino é uma coisa engraçada, não? Anos se passaram desde que tinha em mãos o disco de PS2 que não funcionou, e a Sony liberou para os assinantes da PSNPlus essa obra prima e assim tive a oportunidade de joga-lo no PS4. Então após tudo isso eu já estava afeiçoado pelo game e cheio de nostalgia por algo que nem vivi, com isso eu devorei o titulo em pouquíssimo tempo, e aqui estão minhas impressões sobre ele.

Trilha Sonora

Todas as musicas do game foram feitas para ele pelo compositor Kō Ōtani, cada musica combina perfeitamente com o colosso que estamos enfrentando, se o adversário é mais pacifico, temos uma musica mais tranquila enquanto em combates com mais ação temos uma trilha mais agitada criando maior tensão e senso de perigo, além de se encaixarem com perfeição elas são sim muito competentes e conseguem encantar mesmo quem não conhece a obra, mesmo não gostando deste tipo de musica, esta foi uma que me peguei ouvindo algumas vezes mesmo sem estar jogando, assim como a de God of War. Outra coisa que chama a atenção é como ela consegue se mesclar com os outros sons do game, ela não combina apenas com a ação do momento mas com o áudio, parecendo tudo uma grande musica, seja se misturando ao barulho do ambiente ou dos próprios colossos.

Gráficos 

Totalmente repaginado, feito como um game da geração atual e não apenas uma atualização para Full HD, tudo está reformulado, os colossos estão lindos, a pelagem deles, as proteções em seus corpos, está tudo muito real, mesmo com criaturas tão fantasiosas. Além dos grandiosos monstros, o cenário seja as areias, as florestas, a água, as ruínas e até o cavalo do protagonista que vemos durante o game, é tudo feito com cuidado e tudo é muito bonito.Fora a qualidade dos ambientes e das criaturas a iluminação do jogo impressiona, a luz em si e a forma como ela interage com os colossos, o ambiente e o até com o protagonista Wander. A unica falha que eu pontuaria é a aparência dos personagens humanos, elas não passam a mesma verdade que os colossos ou o ambiente do game, o que é decepcionante considerando a qualidade dos colossos por exemplo.

Enredo

A trama de Shadow of the Colossus é muito boa, vemos a transformação do personagem conforme enfrentamos cada uma das criaturas, mesmo sem falas é possível entender de forma clara a ligação de Wander, o protagonista, com a menina Mono. Conforme a história vai adiante, a tensão aumenta a cada colosso que derrotamos, pois é possível ver o herói sendo corrompido aos poucos e vemos cada totem presente no templo principal ser destruído, é possível ver o choque do personagem após uma perda importante e este momento mostra o seu comprometimento com a missão de reviver a garota. As coisas evoluem de forma bem rápida no trecho final, em que é mostrado as consequências das ações de Wander e como isso afeta todo o mundo a sua volta, com o final da história a experiencia do game ainda não termina, pois é facil pegar-se pensando sobre o desfecho do game, que tem sim um final um tanto aberto, o que só engrandece a obra pela forma que foi executado.


Jogabilidade

O game não tem grandes inovações, cada Colosso é basicamente um grande puzzle, alguns precisam ser distraídos, já outros precisam ser enganados, cada criatura tem um método diferente mas no fim sempre precisamos golpear um ponto especifico em seu corpo, sem muitas novidades. Enquanto não estamos nos digladiando contra esses seres podemos andar a cavalo e até nadar em certas partes, mas tudo de forma quase primitiva, o game tem mecânicas extremamente simples e sem novidade alguma, o que pode chatear pessoas muito acostumadas aos títulos mais frenéticos ou com batalhas mais técnicas que tem saído ultimamente, mas o jogo não tem isso como uma falha, ele não precisa de um sistema de combate robusto nem nada disso para impressionar, a simplicidade de seus comandos até condizem com o enredo e simplesmente não fazem falta. Por mais que tudo pareça um tanto monótono, o ar pacato de suas mecânicas condizem com o que ele quer ser, a jornada aqui é muito mais de sentimento do que de jogabilidade. 


Considerações Finais 

Shadow of the Colossus nos coloca em uma missão buscando reviver sua amada, uma missão cega e sem ponderar suas consequências, e no fim de tudo fica apenas a mensagem do jogo, temos noção das consequências e impacto de nossas ações em busca de nossos objetivos, toda e qualquer ação tem sua reação para nós mesmos e para as pessoas a nossa volta  com cada ação que tomamos. O titulo pode não agradar a todos por tem um final inconclusivo e de jogabilidade não tão interessante, mas a sua mensagem e impacto é o que faz ele ser considerado uma obra prima, o titulo é incrível e toca quem esta disposto a ouvir o que ele tem a dizer, afinal, cada um de nós podemos ser o próprio Wander em nossas vidas.

24 de abril de 2020

Sonic Forces

E mais uma vez o ouriço azul aparece no mundo dos jogos, Sonic Forces foi laçado dia 7 de novembro de 2017 para PlaySation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC, nessa nova aventura a Sega acabou misturando as jogabilidades 3D e 2D de forma competente, depois do titulo Sonic Generations, que foi um sucesso por trazer os dois Sonics juntos, conseguindo agradar tanto os fãs antigos do ouriço quando os que gostam de suas versões 3D, depois disso veio Sonic Mania, um novo jogo da franquia no molde dos jogos clássicos incluindo o gráfico do game, com isso a Sega percebe a força que seu mascote ainda tem e com isso uma "continuação" foi feita, e assim surge Sonic Forces, mas será conseguiu agradar?

Sonic Forces traz uma abordagem interessante para a jogabilidade, existem 4 estilos de gameplay sendo elas as seguintes: Sonic Clássico, Sonic Moderno, Rookie e Sonic Moderno + Rookie.
Enquanto jogamos com o Sonic clássico a jogabilidade é a mesma dos jogos antigos e do Sonic Mania, jogamos uma faze 2D no estilo que popularizou o personagem, as fazes com este personagem são de longe as mais bem desenvolvidas e com o melhor grau de desafio.
Já com o Sonic moderno a jogabilidade é em partes 3D com algumas seções em 2D, nada de novo por aqui, podemos saltar em forma de bola nos inimigos e usar o Boost para atravessarmos os adversários correndo, assim destruindo eles. Infelizmente as fazes aqui são mais lineares que as do Sonic 2D e em muitos momentos caímos correntes de movimento, indo de um corrimão para portais que nos arremessão pela fase e ficamos apenas observando.
Antes de falar como é a jogabilidade com Rookie, quem é Rookie ?
Bom, ele é um personagem criado pelo jogador, podendo escolher o gênero do personagem e também entre 7 diferentes espécies sendo elas: cão, lobo, coelho, urso, gato, pássaro e ouriço. Cada espécie tem uma habilidade passiva diferente e além disso existe uma variedade de customização satisfatória sendo possível trocar as roupas e acessórios do personagem, inclusive é possível mudar a arma utilizada por ele, alterando assim seus ataques.
E por fim, em algumas fazes se pode jogar com Sonic moderno o Rookie ao mesmo tempo, a jogabilidade nesses momentos é bem parecida com o Sonic sozinho, mas podemos usar um Boost aprimorado e a arma do Rookie, nada demais, apenas uma "fusão" dos dois personagens.
Quanto aos gráficos do jogo, é um dos pontos altos junto com a trilha sonora. As sombras e efeitos de luz merecem o maior destaque, fazendo os cenários parecerem vivos e deixando os modelos dos personagens melhores ainda. Além disso os problemas de frames por segundo que existiam em alguns games do ouriço em 3D não existem aqui, nas versões de console o game roda liso, apesar de ter tido alguns problemas com a versão para computador, a estabilidade no FPS é essencial para um game veloz como é esperado para um titulo do Sonic. Quanto a trilha sonora, ela é ótima e não deixa nada a desejar em comparação com jogos anteriores da franquia, os estilos variam entre os personagens indo do rock com o Sonic clássico variando para um pop, até com algumas faixas contendo vocal, quando estamos controlando o Sonic moderno, provavelmente os fãs mais "puristas" reclamem do pop na trilha sonora, mas vale apena conferir a soundtrack.
O enredo é a maior diferença deste titulo em comparação com a franquia, os produtores tentaram fazer uma história bem mais séria e em partes deu certo. Sonic foi capturado pelo Dr. Robotnik e varios de seus companheiros formam uma resistência contra o vilão, que chega a controlar 99% do planeta, 6 meses depois que o ouriço é capturado nosso personagem apelidado de Rookie se junta aos amigos de Sonic liderados por Knuckles e assim começa a aventura, tendo que resgatar o herói da franquia e após isso derrotar Robotnik. Os maiores problemas do enredo estão em dois pontos, mostrar vários personagens queridos da franquia como Tails, Shadow, Silver e Knuckles por exemplo mas não podermos jogar com eles (Shadow é jogável apenas em uma DLC). A outra falha esta no que o enredo poderia ter sido, eles tentaram se levar mais a sério, mas nem tanto, assim o enredo ficou curto demais e cheio de buracos, o que decepciona um bocado pois a história tinha tudo para ser a melhor da franquia.
Sonic Forces é sim um bom jogo, que consegue agradar tanto os fãs do Sonic clássico quanto do Sonic moderno, o jogo tem sim suas falhas como por exemplo parecer um tanto lento em certos momentos e com algumas fazes pouco inspiradas, mas não estraga a diversão do game, o maior pecado do titulo é ser pequeno demais, sendo possível terminar ele em pouco menos de 5 horas, terminando ele em apenas uma tarde de jogatina, é uma ótima opção para apresentar o ouriço aos novos jogadores.

17 de abril de 2020

Life is Strange

Entre as indas e vindas da vida de uma adolescente é onde nos encontramos em Life is Strange, mas muito rapido o game se mostra mais que uma novela juvenil, brincando com nossas escolhas e moral. Life is Strange é produzido pelo estúdio francês Dontnod Entretainment e distribuído pela Square Enix o game foi lançado em episódios, o primeiro foi lançado em 29 de janeiro de 2015 e foi um sucesso arrebatador, recebendo muitos prêmios ao longo dos anos, mas porque um jogo que se parece com um point and click, gênero que parece tão distante dos moldes de hoje, fez tanto sucesso?
Life is Strange foi um marco na industria, seja pela sua alta qualidade ou pela sua forma diferente de lançamento que a principio parece estranha, mas quem apostou no primeiro capitulo, que foi lançado a um preço bem a baixo de lançamentos, foi fisgado pela ótima história e acabou sendo fiel ao titulo e jogando os capítulos seguintes. A 5 anos atras, quando o inicio desta linda história foi lançado, uma mensagem foi passada de forma incrível, além de uma ótima experiencia mecânica, nós não temos apenas que jogar, temos que sentir o jogo, logico que o titulo não foi pioneiro em usar o emocional para agradar, mas com certeza ele foi um divisor de águas.O game merece sim uma atenção especial, por isso esta é o primeiro titulo que vai ter comentários de outra pessoa por aqui, para que fique mais claro as falas dela estarão em itálico. Se não jogou ainda, fica o aviso: CUIDADO COM SPOILERS.



Como grande amante de novelas que sou, afirmo com facilidade que Life Is Strange é meu jogo favorito. Muito além da qualidade e sucesso já pontuados, o game tem um enredo cativante, onde a personagem principal consegue dar destaque para os próprios coadjuvantes (quem iria querer matar o Pompidou de propósito, não é mesmo? Rsrs). Fora o cuidado com as abordagens dos temas de extrema importância e tão presentes na nossa realidade como as drogas na adolescência, traumas do passado, bullying e suicídio, o game consegue nos prender nas teorias mais mirabolantes e incríveis com espaço/tempo como o buraco de minhoca ou a própria teoria do caos, sem faltar é claro um toque de drama. Sem dúvidas seria uma novela mexicana incrível!



Dessa vez vamos começar pela trilha sonora, pois aqui ela é de fundamental importância para criar o clima necessário. A trilha tem 14 faixas licenciadas e mais 8 criadas para o game, e todas elas casão de forma muito boa com o enredo, com os momentos, com as personagens, com a própria cidade em que o game se passa, com absolutamente tudo, o carinho dos produtores nessa trilha sonora é perceptível, parece que estamos ouvindo uma playlist que Max e Chloe montaram juntas, misturando a sensibilidade e acides das personagens.

A trilha sonora como em toda novela é fundamental para o desenrolar da história ou para identificar cenas. Em LIS ela nos traz grande conforto, juntamente com a paisagem da “tranquila“Arcadia Bay. A ideia já mencionada de ouvir o que se passa nos fones de ouvido da hipster Max ou o som do carro da punk Chloe é simplesmente perfeita. Pois além de nos inserir no cenário, nos ajuda a reconhecer um pouco mais da personalidade das grandes protagonistas.

                             

Aquarela em 3D, se fosse possível definir os gráficos de Life is Strange acho que seria assim, mesmo que com muitos filtros usados na imagem, a impressão que temos é que estamos vendo um quadro em movimento, a cima de tudo o tom artístico se sobre sai, pode não ter sido o mais eficiente se pensar no realismo e imersão, mas a estética de pintura dá um ar mais emotivo que o game pede. Mesmo com ótimos gráficos se considerarmos a proposta dos desenvolvedores, o que brilha aqui são os enquadramentos, por muitos momentos vemos a câmera observando Max de longe, com enquadramentos dignos de cinema, se eu tivesse que apontar um game para ser adaptado ao cinema de forma tocante e bem realizado acho que essa seria uma ótima opção pois a forma que ele resolve se mostrar para nós parece muito com um filme

Ainda que não tenha gráficos complexos, a “simplicidade” torna tudo mais intenso, as características e peculiaridades de cada personagem é facilmente imagináveis na vida real. As escolhas das cores influenciam na imersão da trama de tal forma que até nos sensibilizam para com os acontecimentos climáticos (se houvessem duas luas no céu estrelado, certamente seria como em Life Is Strange rsrs). Além dos ângulos perfeitamente colocados nos proporcionam sentir na pele o impacto de nossos sentimentos compartilhados com os personagens como quando Max muda uma linha do tempo e por consequência Chloe fica paraplégica (admito que fiquei em choque nessa parte!). A ideia do Cel shading foi brilhante, e deixou a nossa novelinha ainda mais enigmática e viciante.

                       

Antes de falar do vamos olhar um pouco para as personagens principais, Max e Chloe, elas são duas metades de um todo, enquanto Chloe tem personalidade forte, é irreverente e afronta a todo o tempo qualquer regra que tentam impor a ela além de sua quase total acidez, em contrapartida temos Max, a protagonista e personagem que controlamos, uma garota muito mais calma e ordeira que sua amiga, por vezes ela mostra de extrema empatia para com seus colegas ao mesmo tempo que pode soar inexpressiva para o mundo ao vermos algumas de suas interações, mas ao saber se seus pensamentos percebemos que é uma adolescente comum, com todos os seus problemas e inseguranças, ela é uma garota doce no fim de tudo. Com essa dualidade entre as duas personagens a química entre elas é quase inevitável, a interação entre elas é sempre muito inspirada e até quando interagem com outros personagens tem falas muito boas, grande parte da qualidade do enredo está em quão real estas duas personagens são, todos conhecem uma Max e uma Chloe por aí.



Agora o enredo propriamente dito. Max acaba de voltar para sua cidade natal para e estudar fotografia com um famoso professor, a partir disso ela se envolve em muitos problemas nesta escola, dentre eles, ver sua melhor amiga de infância se meter em problemas com um garoto da escola, com isso ela descobre que pode voltar no tempo e mudar suas escolhas... a partir disso entramos em discussões internas e com o game sobre o quão correto ou perigoso pode ser mudar suas ações e consequências disso. Em meio a redescoberta de uma amizade e acontecimentos na sua vida acadêmica Max, juntamente com Chloe, abordam temas muito importantes, como sexualidade, auto descoberta e abuso sexual e de poder, amarrados dentro de uma história tocante e que causa uma identificação fácil e rápida, o enredo emociona e surpreende te deixando na ponta da cadeira esperando os próximos passos da trama. Particularmente falando, foi um jogo que demorei mais que o comum para terminar, pois sempre estava emocionalmente cansado após o fim de cada Capítulo.



Com final surpreendente, LIS é um jogo com potencial a agradar a todos, sempre digo que quem tiver oportunidade, jogue-o. Sou suspeita pra falar, mas não há quem se arrependa de joga-lo e quem não gostar nem é gente rsrsrs. A experiencia super vale a pena, pois além de pôr em xeque a nossa moral e valores, as temáticas são como conselhos pessoais pra vida. Porem como um filme visto mais de uma vez, joga-lo novamente nos faz perceber alguns easter eggs e outras alternativas que poderiam ter  facilitado as coisas, o grande vilão se torna tão ‘na cara’, há mais coisa para explorar do que se pensa e abre a janela para observarmos as falhas que como todo jogo, está sujeito a ter. Mesmo assim, digno de um live action, Life Is Strange sempre nos deixa com um gostinho de quero mais.


Life is Strange é um soco na boca do estômago, daqueles que te deixam sem fôlego. Um ótimo título para recomendar à pessoas que não apreciam muitos games, pois além de uma gameplay sem exigência de habilidade consegue prender pela sua narrativa . O título também traz discussões importantes sobre nossas decisões e nossa moral. Enredo encanta e emociona, digno de filme, definitivamente quem tiver a oportunidade de jogar esse game estará vendo uma obra prima. Max e Chloe vão estar sempre em nossos corações.



10 de abril de 2020

Uncharted 3: Drake's Deception

Depois de desvendar os mistérios de El Dorado e Shangri-la Nathan Drake ainda tem fôlego para mais aventuras. Produzido pela Naughty Dog e publicado pela Sony para PlayStation 3 e PlayStation 4, o game de ação e aventura foi lançado em 2011 e veio para dar mais um grande passo para se tornar uma das maiores franquias da família PlayStation.



Uncharted 3 veio com a mesma ideia de seu antecessor, ser maior e melhor que os dois títulos anteriores, aumentando o tempo da campanha, melhorando a inteligência artificial de seus companheiros, ajustes na jogabilidade, dificuldade levemente a aumentada, desenvolvimento de personagem, mais armas, mais visuais diferentes para se usar, melhorias de gráfico e som. Uncharted 3 entrega tudo o que uma sequência deveria ser, com isso em mente não vamos perder tempo falando de seus gráficos, som e qualquer outro ajuste do tipo, pois o game tem tudo isso, o que vai ser pontuado são as mudanças mais interessantes, qualidade do enredo, o veredito sobre o game e uma curiosidade sobre o desenvolvimento. Dito isso, vamos lá 



A franquia sempre se propôs a ser um filme de ação em que nós controlamos o protagonista em sequências de ação mirabolantes, com saltos impossíveis, lutas mano a mano e uma boa dose de troca de tiros, novamente isso se mantem  mas com uma escala ampliada neste terceiro capítulo, todos os clichês possíveis e imagináveis do gênero de ação estão presentes aqui, mas não são feitos de forma displicente, todos eles são muito bem usados e executados, tirando assim a sensação de mais do mesmo ao controlar Drake.



A jogabilidade deste título basicamente não mudou dos games anteriores para este, o game está sim mais polido, tirando mais uma parte dos problemas com headshots dos antecessores, mas ainda não está perfeito. Desta vez ao menos os saltos estão muito bem polidos, são os melhores dentro da franquia até então, além disso a inteligência artificial foi melhorada, seus companheiros ajudam mesmo em combate, realizando abates importantes e que facilitam muito em certas situações, em contrapartida o game está sim mais difícil, mesmo jogando na dificuldade normal( a mesma usada para fazer os reviews do capítulo 1 e capítulo 2) a sensação é que o jogo está sim mais difícil no geral. Por fim uma nova e interessante mecânica foi adicionada, pode os arremessar as grana dsas atiradas em nossa direção de volta para nossos inimigos, apertando o botão no momento correto, nada que já não existisse em outros jogos, mas foi uma bela adição para a jogabilidade.



O prato principal da série Uncharted deveria ser sua jogabilidade, já que busca imitar um filme de ação, mas o trunfo da franquia está nos seus personagens e no enredo, nessa nova aventura Drake e companhia estão de volta, todos os personagens que fizeram parte do grupo de Nathan estão de volta, e novos aliados surgem. O Desenvolvimento de personagens dessa vez foi muito maior que anteriormente e por isso pôde ser feito de forma muito mais gradual e detalhada, dando mais realismo aos personagens.



A história se desenrola dessa vez não por uma busca por riquezas como de costume, começamos conhecendo o passado de Drake quando ainda era um garoto, o início de sua amizade com Sully e alguns fantasmas que o assombram até hoje, assim surge mais um mistério sobre o antepassado de Nathan, sendo assim a história é movida muito mais por motivos pessoais do protagonista do que por dinheiro. E essa mudança de tom, para algo mais emocional pode incomodar alguns fãs, já que não fazia muito o estilo da série, mas eu particularmente gostei, a evolução dos personagens e o peso que sentimos a cada encontro e desencontro entre eles é real e nos faz nutrir um carinho por eles, assim nos importando de forma mais natural com seus destinos, ficando mais ligados emocionalmente ao enredo.


Indo na contramão da ação mirabolante dos filmes, as motivações dos personagens estão mais palpáveis e os rumos da história, explicações e viradas que a trama tem são mais realistas, a resolução do mistério final é  tão pé no chão que parece algo possível na vida real, o que me agradou muito, diferente do elemento novo que surge na parte final do segundo o game, que não estraga nem um pouco a experiência, mas incomoda por ser fantasioso demais dentro de uma história que não apresenta isso em outros momentos. 



Antes do veredito final vamos falar de dois momentos dentro da aventura, Nathan andando no deserto e a fase do barco. Durante esta parte da historia estamos em um navio que balança muito em alto mar, dificultando os movimentos de Drake e jogando os contêineres de um lado para o outro, nos ajudando a se esconder dos inimigos ou nos esmagando em momentos de desatenção, o grande segredo deste trecho é que um mar e um navio em 3D foram programados para funcionar de forma aleatória, ou seja, cada vez que jogar esta parte o mar se comporta de forma diferente e por consequência o barco reage de forma diferente a ele, um cuidado que não precisava ser tomado, isso só mostra o cuidado dos desenvolvedores com o game.
E quanto as andanças do protagonista no deserto, o game abusa de conceitos do cinema para passar a sensação de solidão e dificuldades passadas enquanto estamos sozinhos em meio as dunas, vemos o passar de alguns dia em que nos perdemos, andamos em círculos, achamos um poço e logo em sequencia descobrimos que este está seco para frustração de Drake e do jogador, alucinamos a procura de Sully e somos enganados por miragens, uma sequencia digna de cinema.



Uncharted 3: Drake's Deception para mim é o ponto alto da franquia até então, os pequenos polimentos e adições feitas são mais do que suficientes para aumentar a qualidade do jogo que vem equilibrando de forma perfeita as cenas de ação imparável e uma narrativa emocionante enquanto descobrimos mais sobre o passado do protagonista, enquanto vemos sua evolução, tornando Nathan Drake um personagem cada vez mais humano.

3 de abril de 2020

God Of War

Menos brutal mas com o melhor e mais tocante enredo dentre os  e um resultado melhor do que qualquer coisa que a franquia já havia obtido anteriormente. Depois de 5 anos longe do publico a Santa Monica trouxe um novo capitulo na história do fantasma de Esparta com uma reformulação grande no estilo do enredo e também de jogabilidade. God of War foi lançado em 20 de Abril de 2018 produzido pela Santa Monica e é um exclusivo do Playstation 4. O game acertou na medida certa a mistura de vários elementos novos e alguns antigos e o acerto foi tão grande a ponto de ganhar melhor jogo do ano, e sim ele mereceu.
Antes de falar do enredo, vamos tomar um tempo falando do nosso personagem principal antes de qualquer coisa. 

Kratos está mais humano do que nunca, é possível sentir o amadurecimento de um homem que já viveu muito e foi calejado pelas tragédias na sua vida, ele é um homem amargurado e é possível sentir o pesar nas suas falas. 
A relação de Kratos com seu filho Atreus é muito interessante, ele trata o garoto de forma ríspida por grande parte do tempo mas isso não passa a impressão que o personagem não gosta de seu filho, pelo contrario, em muitos momentos é perceptível a preocupação de Kratos com o menino e as broncas do pai estão ali para ensinar e orientar Atreus durante a jornada mas também o repreende quando necessário. Sabendo disso, podem estar pensando que aquele Kratos raivoso e cheio de ira não aparece no game, mas é justamente o contrario, essas emoções sempre estão presentes mas como um homem mais velho e experiente é possível ver como o personagem lida com esses sentimentos e usa isso para ensinar seu filho como lidar com eles.

As principais características do titulo se dividem em três pilares, sendo eles o enredo, jogabilidade e gráficos, todos feitos com uma enorme competência podendo facilmente ser considerado o melhor titulo do atual console da Sony, a seguir os três pilares serão comentados e pontuados seus grandes acertos e raras falhas. 

O primeiro ponto a ser comentado é o enredo. O game começa com o nosso protagonista fazendo trabalho de lenhador, para fazer o funeral de sua esposa e rapidamente somos apresentados para seu filho e logo entendemos tudo o que ocorreu mesmo que nada seja dito de forma explicita e é assim que tudo se inicia, após isso Kratos tem a visita de um homem desconhecido que diz saber quem ele é, com isso pai e filho partem para realizar o desejo da falecida esposa e mãe respectivamente enquanto o protagonista cuida para que o seu passado não destrua seu presente.



Sim o enredo é fantástico, é emocionante, envolvente e mexe com quem acompanhou a franquia até agora e isso não quer dizer que quem não jogou os games anteriores não vá entender ou aproveitar bem a experiencia, porém quando já se conhece o passado de Kratos, muitas cenas tem um peso muito maior por sabermos tudo o que já se passou. A história é bem construída, tem um bom ritmo e os os personagens novos encantam enquanto a mudança de Kratos é surpreendente e redescobrir um personagem que ja conhecemos de forma tão natural é um acerto grande dos desenvolvedores, a dinâmica entre os personagens é muito boa principalmente entre Kratos e Atreus em que a rigidez do pai contrasta com a infantilidade do filho que por muitas vezes encara momentos de forma mais descontraída e descompromissada o que irrita o pai tornando a interação deles orgânica, as cenas envolvendo os irmãos anões também são muito boas e ambas as situações conseguem até ter momentos engraçados, o que é uma surpresa dentro da franquia que nunca explorou momentos assim. Como um bônus dentro do game, ele não é linear, sua história tem sim um começo, meio e fim mas em meio aos pontos chave do enredo podemos explorar o mundo, obter melhorias para o personagem e conhecer mais do que aquele vasto universo, o que temos aqui é um bom equilíbrio entre um jogo de história linear e um mundo aberto a ser explorado

Se o titulo tem algum problema no seu enredo é o final um tanto em aberto e com uma grande informação sendo revelada nos instantes finais, o que pode ser um ótimo ponto positivo pois deixa  expectativa para um titulo futuro em alta, mas isso não vai acontecer nessa geração o que pode ser um pouco decepcionante para quem se animou tanto com o titulo.
Os gráficos impressionam muito, seja a iluminação, texturas ou qualquer outra coisa, tudo aqui é impecável e a grande variação de cenários é interessante e mostra a versatilidade dos diretores de arte do game, como exemplo disso temos momentos belíssimos em mais de uma localidade no game como lugares nevados em Midgard ou paisagens com água impecáveis indo até o mundo dos elfos que é visualmente bem diferente dos picos nevados vistos anteriormente. O visual dos humanoides é lindo, vemos as texturas da pele e barba de Kratos, vendo as falhas nas cinzas do corpo e também no couro e pelagem das suas armaduras, é tudo muito bonito e realista. A luminosidade também se comporta de um jeito muito real, principalmente a forma como a luz reage ao metal. 

Além disso a qualidade gráfica entre a cenas e as seções de jogo não existe alteração o que exige um cuidado muito grande na hora de executar, fora isso o jogo inteiro é um grande plano sequencia, absolutamente sem cortes (se você não morrer é claro) o que da um ar cinematográfico grande para o game, o que se mostra em momentos longos de viagens em barcos ou algum tempo a mais em caminhadas, isso pode parecer esticado alem da conta mas em muitos momentos me peguei contemplando uma paisagem enquanto fazia essas caminhadas e viagens de barco, é tudo muito lindo e com um visual muito inspirado. Se não bastasse tudo isso, o game conta com um "modo filme" em que podemos tirar toda a HUD (Heads-Up Display, basicamente qualquer informação gráfica na tela do jogo) do game e ficar apenas com o jogo em si, dando um ar mais cinematográfico ainda para o novo título.
 Se o game tem algum defeito quanto a gráficos provavelmente é por falta de potencia do PS4 Slim, que foi a versão usada para jogar o game, em alguns raríssimos momentos certas texturas demoram pra carregar e algumas pequenas quedas de FPS podem acontecer em momentos mais frenéticos, mas são coisas muita raras e talvez isso nem chegue a acontecer dependendo das escolhas de runas, se acalma que a gente já chega nesse assunto, pois algumas tem efeitos visuais bem espalhafatosos porém nada disso faz os gráficos do game perderem seu brilho. 
Por ultimo mas não menos importante, o sistema de combate e junto com ele as opções de customização. Se prestaram atenção, em nenhuma imagem deste texto as laminas do caos aparecem pois aqui neste titulo ele usa o machado Leviathan que foi forjado pelos irmãos anões Brok e Sindri, mais lento que suas antigas armas, o que a principio pode parecer que Kratos perdeu o jeito e esta mais lento pois está velho, mas como um senhor de físico impecavel o protagonista mostra que isso não é verdade, os golpes estão mais pesados mesmo estando um pouco mais lento que antes, ver o machado sendo arremessado em um inimigo enquanto Kratos esmurra outro adversário, o espartano está com ataques mais brutos e pesados do que nunca antes. Além desta diferença de peso nos seus ataques, podemos personalizar Kratos usando experiencia obtida em uma arvore de habilidades, assim modificando a forma como jogamos e aprimorando seus ataques. A arvore de habilidades que o jogo entrega não decepciona mas não é nada inspirada, a impressão que fica é a de algo experimental que vai se tornar um sistema muito robusto abusando de outros sistemas implementados neste titulo nos jogos futuros.
Os outros sistemas que disse a pouco são dois, o sistema de armaduras de Kratos e as runas que modificam as habilidades especiais de Kratos e também Atreus. Kratos tem basicamente três tipos de armadura, uma voltada mais para os ataques físicos, outra para os ataques rúnicos e um terceiro tipo voltado para a resistência, cada um desses tipos vão evoluindo e tendo status cada vez melhores, deixando Kratos cada vez mais poderoso a cada armadura nova que ele obtêm, e essas armaduras mudam também o visual de Kratos e diga-se de passagem as armaduras são belíssimas. Atreus não foi esquecido e também tem armaduras para serem escolhidas e aprimoradas, além disso o machado de Kratos segue o mesmo estilo de aprimoramento que as armaduras.
A experiencia que foi citada anteriormente tem outra utilidade também, podemos usar para aprimorar os ataques rúnicos, que se dividem em ataques fortes e fracos, ao usar experiencia para aprimora-los os danos crescem o numero de alvos aumenta e até o alcance  pode ser aumentado, a quantidade de runas que encontramos durante o game é bem vasta o que dá um dinamismo bem interessante podendo criar novos combos e aumentar a diversidade de Kratos, além das runas do gigante barbudo temos runas para o arco de seu filho Atreus, em que ele dispara animais de energia que atacam e ajudam a atordoar os inimigos.
Por ultimo mas não menos importante a trilha sonora, e como de costume dentro da franquia ela não decepciona, continua muito boa a inspirada como sempre mas teve mudanças condizentes com a ambientação do game, em muitos momentos a impressão que tive é que inúmeros escudos de pedra estavam batendo no chão para fazer a musica, a trilha te faz sentir de fato no mundo nórdico e te deixa muito imerso dentro daquele universo, porém não é a melhor da franquia que para mim é a do God of War 2. Os efeitos sonoros aqui são mais que perfeitos, entregam tudo o que precisa ser entregue, sendo assim eles acabam por não aparecer muito pois esta é a intenção, que tudo seja natural e que não chame sua atenção, bons efeitos sonoros estão ai para não serem "percebidos".
God of War foi um passo interessante tanto para o Santa Monica Studio quanto para a Sony, que se arriscaram a mudar a cara da franquia ja consolidada, mas felizmente deu certo, a redescoberta do espartano quanto personagem tem um tom quase melancólico e podemos sentir o peso das marcas do passado em sua vida, a química entre Kratos e Atreus funciona muito bem e cativa o publico, os gráficos estão mais bonitos do que nunca e a decisão de fazer o game inteiro sem cortes mostra a confiança do estúdio neles, a jogabilidade mais pesada e bruta que temos no titulo é sim muito boa mas pode não agradar quem esperava um Hack n' Slash como os títulos passados eram porém a sensação ao jogar God of War não passa nem perto de ser como um estranho no ninho, tudo o que fez a franquia ser um sucesso está ai, este pode ser facilmente considerado o melhor titulo da série para muitos que o jogaram, para mim inclusive.