O terceiro e mais aclamado capítulo de uma franquia que se tornou extremamente popular no ano de 2015, ganhou centenas de prêmios e redefiniu o que deveria ser um RPG de mundo aberto, The Witcher 3: Wild Hunt é sim uma obra excepcional, mas ainda assim tem alguns problemas. Lançado no dia 18 de maio de 2015, o game foi produzido pela CD Projekt RED e foi um sucesso estrondoso levando o prêmio de melhor RPG e melhor jogo do ano no The Game Awards. Como um jogo com problemas tão explícitos consegue ainda sim ser tão bom, entrando facilmente no top 10 jogos de qualquer pessoa?
Jogabilidade
Gráficos
Certamente este é um
dos jogos mais bonitos da geração, mesmo com um conteúdo massivo os detalhes
gráficos não foram perdidos, pelo contrário o game tem um cuidado incomum com o
seu visual e isso pode ser observado em diversas situações, as mais
perceptíveis e impressionantes são as diferentes texturas e detalhes em cada
peça de armadura, vemos partes de couro com metal em uma mesma calça com uma
diferença muito grande na forma como a luz interage nos diferentes materiais.
Outro exemplo magnifico do cuidado da CD Projekt são os cabelos e barba de
Geralt que crescem de forma orgânica conforme o tempo que o jogador passa
dentro do game.
Áudio
A trilha sonora se destaca por aqui, as composições de Marcin Przybyłowicz evocam todo o ar medieval que o ambiente pede, traços da música Folk é presente em todos os momentos, o uso de instrumentos diferentes cria uma série de sons que causam uma sensação de estranheza a princípio mas o tom exótico torna tudo único e marcante. As cidades são vivas, as tavernas festejam e os combates empolgam, tudo isso é regido de forma sublime pelas músicas do jogo.
Enredo
A história de The Witcher é envolvente, imersiva e emocionante. Primeiro vemos a busca de Geralt por Ciri, uma garota com uma relação quase de pai e filha com ele, através dos reinos de Velen, Novigrad e Skellige. Após a busca e "resgate" da garota o game muda completamente o ritmo e o foco da história, começamos uma preparação para eventos próximos e temos um grande desenvolvimento de personagem e das suas relações. Enquanto na primeira parte somos apresentados aos personagens principais da história, grande parte do desenvolvimento ocorre durante a segunda metade.
A primeira metade nos leva através de uma investigação em locais diferentes do mundo, conhecemos culturas, costumes, sociedades e locais completamente diferentes e isso vai cativando o jogador e levando ele a querer explorar e conhecer o mundo, também conhecemos um pouco sobre a personalidade de Geralt e principalmente de sua relação com Yennefer.
Na segunda metade o
que segura o jogador é a relação entre Geralt e Ciri, a química entre os dois é
inegável e prende a atenção, vemos um lado muito mais humano e paterno do
protagonista e isso impressiona, enquanto isso Ciri é mostrada depois de se
desenvolver como pessoa e também seus poderes. O pesa da história muda e se
torna muito mais emotivo, o que pode agradar uma parte dos players ou desanimar
os jogadores que gostaram do Geralt mais "descolado" da primeira
parte.
Se o enredo tem um problema é em grande parte por ser um jogo de mundo aberto, pois não tem uma ordem obrigatória para se fazer os eventos da primeira parte do game, com isso o jogador pode sair dos momentos iniciais do game e enfrentar inimigos de nível elevado (16) estando ainda nos primeiros níveis (entre 4 e 7), além da diferença de poder entre as criaturas e você dificultar muito certas missões, a história também fica fora de ordem, com fatos sendo apresentados antes do que deveriam, estragando em partes a experiência.
Além disso o ritmo do
enredo pode ser incomodo em momentos especificas, enquanto Ciri está sendo
rastreada o ritmo é relativamente lento, Geralt se enfia em vários mini arcos
dramáticos que funcionam bem de forma isolada, porém a motivação é saber mais
sobre a história da garota desaparecida, então longas horas de gameplay eram
recompensadas com pouca evolução na busca por Ciri, mas com grande evolução
dentro daquele arco em especifico. Outra "barrigada" do enredo
acontece perto do fim do game, pois, a longa preparação para a missão final é
um tanto longa e a esta altura da aventura, qualquer um que esteja prestando
atenção na história está ansioso para ver a resolução de toda a trama que foi
apresentada até agora.
Bugs e mais bugs
Textura - Em diversos momentos as texturas de roupas e certas partes do cenário não carregam e tudo fica apenas um borrão de cor sólida na tela.
Movimentação - alçapões abrem e não é possível descer, como se tivesse um chão invisível, a impressão que passa é a de andar no ar.
Tela embaçada - No começo de alguns diálogos com NPCs a tela fica completamente embaçada, tornando impossível ver as legendas inclusive.
Carpeado - A movimentação enquanto montado é muito inconstante quando andamos em terreno difícil, tornando extremamente desagradável tentar andar por terrenos difíceis.
Carregamento de objetos - Por vezes objetos importantes não carregam em tela, como caixas no cenário e outras coisas, chegou ao ponto de um lago inteiro em que eu estava navegando não carregar e navegar em uma canoa no nada.
Inteligência Artificial - Em certos momentos do jogo os inimigos não passam de um ponto X no mapa, sendo possível recuar e se recuperar enquanto os adversários estão parados na sua frente.
Considerações Finais
The Witcher 3: Wild
Hunt merece sim todos os títulos e elogios que recebe, a CD Projekt RED foi
tomada por uma ambição gigantesca, buscando fazer um game nunca antes visto,
cheio de conteúdo, com um mundo vivo e orgânico, as cidades pulsam vida,
qualquer pequena coisa que você se proponha a fazer, uma história no mínimo bem
construída vai ser apresentada. Como qualquer obra gigantesca e fora dos
padrões de sua época o jogo tem sim teus problemas, mas isso não apaga seus
feitos e suas qualidades.
As expansões de The
Witcher 3 vão aparecer futuramente em um texto a parte, assim como Iceborne
para Monster Hunter: World.
Nenhum comentário:
Postar um comentário